domingo, 15 de junho de 2014

REVISTA ACADÊMICA MRS.VT



ENTREVISTA COM O ARQUITETO RODRIGO OHTAKE

Entrevista na íntegra com Rodrigo Ohtake pela aluna Marli Reis

(Marli) Rodrigo Ohtake porque você decidiu ser arquiteto?
 (Rodrigo Ohtake) “Bom minha mãe é arquiteta, e desde pequeno uns 5, 6 anos eu já desenhava muito a fachada de casa de memória, saía de carro observava e voltava para casa, eu desenhava, e ai foi muito natural esse processo da escolha da profissão, porque pela minha mãe e meu tio também arquiteto, eu sempre convivi num meio muito arquitetônico, para a observação, detalhes de construção. Então naturalmente eu fui escolhendo a profissão de arquiteto, então não tive nenhum momento que eu decidi “eu vou ser arquiteto” ou que meu Pai me perguntou o que você vai ser? Então foi muito normal para mim, nada de doloroso complicado assim. É uma opção muito gostosa na verdade arquitetura. ” 

Móvel Fita

(Marli) Como Você define a profissão?
 (Rodrigo Ohtake) “Eu acho que o mais bacana na profissão de arquiteto é que você, o próprio arquiteto, tem que se divertir também de modo que aquele espaço que você vai projetar é o sonho do cliente, mas também tem que ser o sonho do próprio arquiteto, que nesse sentido, ele tem que também ser um pouco lúdico, brincar um pouco, tem que levar a sério também é claro, mas eu acho que tem que ter influência de todos esses lados criativos. ” 
 (Marli) Quais as maiores dificuldades que você enfrenta em seus projetos? Qual o projeto mais difícil? (Rodrigo Ohtake) “Olha as dificuldades tem em tudo quanto é projeto, a questão não é se a dificuldade é maior ou menor, é o que você vai fazer com essa dificuldade. Acho que é o papel do arquiteto, do profissional criativo é transformar essas dificuldades ou obstáculos em desafios, e desse desafio uma nova solução, então eu não encaro essa dificuldade como uma questão negativa, e sim como mais um elemento de programa arquitetônico que faz com que seja um projeto único. ”
Apartamento Tavinho

(Marli) Como é o dia –a – dia de um arquiteto ou designer?
 (Rodrigo Ohtake) “ Olha a parte que a gente mais gosta eu particularmente a parte da criação, é uma ilusão achar que a gente fica o dia inteiro criando, só que o que eu acho que a gente tem que fazer, é a parte da criação no máximo possível do dia, ou seja não é só na hora em que você senta para desenhar uma casa ou uma cadeira, você tem que ser criativo, na hora em que vai se vestir, na que você vai escrever um e-mail para alguém, o jeito que você se relaciona com as pessoas, enfim eu acho que essa parte da criação tem que ta em todos momentos e em todos elementos, agora é claro que no dia a dia também de fazer desenhos executivos, acompanhar obras, falar com o cliente, lidar com os fornecedores, enfim que toma eu diria que 90%, a questão é como você vai levar esse 90 % que se os 10 % de criação são gostosos e fácil os outros 90 % que gente tem que levar de uma outra maneira que também seja agradável. ”


Casa da família Ohtake na Praia do Engenho


(Marli) Em que ambiente você mais gosta de trabalhar? E quais materiais você prefere?
(Rodrigo Ohtake) “ Bom ambiente? O ambiente tem ser calmo né? Por exemplo trabalhar no escritório com muita gente em volta eu não consigo, então muito frequentemente é na minha casa a noite ou eventualmente sábado ou amanhã por exemplo que é feriado eu aproveito esses momentos, quando é para criação, executivo não tem tanto problema é até melhor ter mais gente tem que ter fornecedor, inclusive ninguém faz um projeto sozinho e muito menos projeto executivo, então tem que ter a discussão. Acabando aqui a reunião a gente vai lá discutir alguns detalhes dos projetos enfim eu acho que o ambiente cada um descobre o seu, tem gente que consegue trabalhar, 1 no escritório, tem gente que não existe regra para isso. Questão de material eu acho o seguinte no Brasil existe um vicio de trabalhar principalmente com concreto, muito concreto um para menos com aço, madeira e vidro isso se faz desde 1938, mais ou menos, As técnicas construtivas brasileiras evoluíram muito pouco por questões diversas que não da casa. Agora eu acho que seria bacana nós eu, me incluo, em toda a categoria de arquiteto inclusive dos designers buscar novos materiais, eu acho que isso se faz muito pouco, tem uma questão, em que o Brasil tecnologicamente é muito atrasado e portanto muitos materiais têm que ser importados portanto eles são inviáveis financeiramente, mas eu acho, que a gente tem que saber lidar com isso e não ficar só viciados nesses materiais que são comercializados a mais de 100 anos”
 (Marli) O Que você acha do design sustentável? Você já fez algum projeto nesse segue mento?
 (Rodrigo Ohtake) “ A questão de sustentabilidade para mim vai um pouco além, o que eu acho é o seguinte: Faça um bom projeto que ele será sustentável ou seja se o seu projeto for duradouro ele já és sustentável, essa questão do material sustentável, técnicas, construtivas, sustentáveis eu acho que isso é uma certa imposição que vem de fora que inclusive atrasa, ou seja com que o país avance , eu acho que é preciso ter uma preocupação com o planeta sem dúvida alguma, agora se uma construção de concreto não é exatamente sustentável, mas se uma construção de concreto dura 100 anos ela se torna sustentável.” 
(Marli) Como é atender as necessidades dos clientes e deixá-los satisfeito?
 (Rodrigo Ohtake) “Quando um cliente chama um profissional na maioria ele acha que sabe o que ele quer, mas não tem certeza de tudo, porque? Porque ele não sabe de tudo que pode ser feito ali, ai é que entra o papel do profissional, portanto, tem um projeto, por exemplo que é o da casa da árvore, ali o casal me pediu uma casa de hóspede, quando eu fui lá visitar eu vi que eles tem um jardim nos fundos que é lindo e estava super abandonado realmente de fundo, então lá eu vi que tinha muito mais potencial que nem eles viam, e não tem problema, eles não tem obrigação de ver, então o programa ali era simplesmente um quarto de hóspede, quando eu trouxe o projeto o programa era além do quarto de hóspede uma área de lazer para as crianças, a casa na arvore um pequeno lago, uma bancada multifuncional com churrasqueira enfim, um local pra guardar os brinquedos no novo paisagismo, uma pérola, para unir tanto a casa de hóspede com a casa principal ou seja o arquiteto tem que ampliar o programa, é uma função do profissional fazer isso.” (Marli) Onde você busca inspiração para fazer os seus projetos?
Quarto de hóspede e casa na árvore

 (Rodrigo Ohtake) “Em tudo eu acho o seguinte: Tem inspiração que vem da arquitetura e outras que não então eu acho que o importante conforme, iniciando na faculdade, já é hora de começar a treinar e olhar, ou seja absolutamente tudo que vocês frequentam, vocês têm que observar os detalhes, não só os detalhes como encontro do piso com o chão, mas é o detalhe também você entra em um lugar e porque algum lugar é agradável? Porque ele tem um pé direito alto? Porque ele tem uma largura boa? A proporção dele é boa? A iluminação dele é boa? Ou porque é desagradável? Isso também é importante ,a gente aprende tanto com o positivo como o negativo , então esse olhar de andar pela cidade , andar pelas construções perceber “poxa” isso é legal , Você cria um próprio repertório ao mesmo tempo frequentar exposições de arte, cinema ler livros, isso também aumenta a criatividade, na hora em que se sentar para desenhar no meu caso eu prefiro não fazer pesquisa, deixa meu traço correr solto que eu acho que se eu fizer pesquisa pode dar uma travada na mão e depois disso parto para a pesquisa, mas evidente que toda essa bagagem ta no seu inconsciente e que ela vai refletir na sua criatividade. “

Apartamento Tais Matos


(Marli) Que recados você deixaria para nós estudante de Design de interiores?
 (Rodrigo Ohtake) “Desenhar muito, tem que desenhar muito, frequentar muito a biblioteca, acabar com os livros que tem lá, revistas também é bom, mas eu acho que os livros são mais importantes, lógico que não pode se prender eu acho que não é bom essa categorização do arquiteto, arquiteto de interiores e designer eu acho que tem que ampliar pra ser tudo isso, porque o arquiteto de interiores só pode fazer interiores? Isso não existe, na minha opinião não existe, então corre o risco do arquiteto de interiores só estudar interiores, não é eu acho que o arquiteto de interiores tem que saber tudo sobre Oscar Niemayer por exemplo, tem que saber tudo sobre seu arquiteto preferido, então eu acho que o importante pra ele é pesquisar muito, isso é o fundamental desenhar, desenhar sem parar. ”


AGRADECIMENTO 
(Marli) Rodrigo, em nome do meu grupo eu te agradeço pela sua gentileza em me receber, em passar para nós seus conhecimentos. Pode ter certeza que você será inspiração para nós e nossos projetos.
(Rodrigo Ohtake) “ Eu que agradeço Marli, foi um prazer. ”


DEPOIMENTO DAS ALUNAS PARTICIPANTES, EM RELAÇÃO AO TRABALHO

Marli Reis – “Foi em minha opinião, o trabalho mais importantes desse semestre; o que nos proporcionou um contato direto com um profissional de grande nome em nossa área (Rodrigo Ohtake), e que favorecererá para o nosso desempenho e futuramente crescimento profissional.” 

Sabrina – “O estudo da vida e obra de Rodrigo Ohtake foi de grande valia, pude aprender muito como um design deve se portar diante dos desafios no projeto, fazendo da dificuldade solução para projetar com criatividade um ambiente, que atenda às necessidades de cada cliente. Também percebi como é importante um design se manter atualizado, com pesquisa e lendo para desenvolver um bom projeto e se tornar um bom profissional. ”

 Renata - ''Ao desenvolver o PIM e ter contato com o arquiteto Rodrigo Ohtake pude perceber o quanto a bagagem cultural é importante para desenvolver projetos, o quanto ela ajuda a criatividade a florescer. Rodrigo Ohtake sem dúvidas é a prova de que uma pessoa jovem pode saber um pouco de cada coisa que dispõe interesse e fazer algo grandioso sair, segredo para um bom profissional dessa área é persistência, interesse e muita criatividade ligada ao ponto de vista e toda cultura que se pode abordar.'' 

Vanessa – “Com esse trabalho do PIM, aprendi muito mais do que esperava, pois nada é melhor do que ter contato com alguém que já esteja trabalhando na área, e o Rodrigo Ohtake pode nos mostrar que um projeto para ser bem executado é preciso saber o que realmente queremos passar para o nosso cliente e saber o que ele realmente espera do projeto. E o mais importante, fazer aquilo que gostamos, do nosso jeito, buscando nossa própria identidade. ”

 Taíris – “Foi um trabalho que deu para que nós conhecemos um pouco do que pretendemos ser futuramente, e saber como vamos lidar em nosso ambiente de trabalho. ”

 Thais – “Até agora esse foi uns dos trabalhos mais importantes que fizemos, pois tivemos um contato com a carreira que escolhemos para seguir. Vermos as obras do arquiteto Rodrigo Ohtake, os traços que ele busca, fora da influência de artista que ele tem na família. Podemos ver como é um trabalho de um arquiteto e design. Por ser o primeiro trabalho do PIM, tentamos fazer o de nós. ” 



AGRADECIMENTOS FINAIS 

Agradecemos aos nossos professores; Soraia Jacob, Fernando Freire, Daniela Menezes, Airton Rovaron, Luciano Pessoa e Mario Mancuso, por enriquecer nossos conhecimentos ao longo deste semestre.

EDITORAÇÃO 

Criação e editoração: Marli Reis Entrevista: Rodrigo Ohtake Colaboradores: Renata, Sabrina, Thaís, Vanessa e Taíris